quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Deixando os Túmulos

Lucas 23:50-56 e 24:1-12
50 E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo 51 (que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros), natural de Arimateia, cidade dos judeus, e que também esperava o Reino de Deus, 52 este, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. 53 E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto. 54 E era o Dia da Preparação, e amanhecia o sábado. 55 E as mulheres que tinham vindo com ele da Galileia seguiram também e viram o sepulcro e como foi posto o seu corpo. 56 E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos e, no sábado, repousaram, conforme o mandamento.

1 E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. 2 E acharam a pedra do sepulcro removida. 3 E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. 4 E aconteceu que, estando elas perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões com vestes resplandecentes. 5 E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? 6 Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, 7 dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite. 8 E lembraram-se das suas palavras. 9 E, voltando do sepulcro, anunciaram todas essas coisas aos onze e a todos os demais. 10 E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam as que diziam estas coisas aos apóstolos. 11 E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram. 12 Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se, viu só os lenços ali postos; e retirou-se, admirando consigo aquele caso.

A passagem que abordamos é de grande conhecimento no meio cristão pois refere-se a ressurreição do Senhor Jesus. Nosso objetivo, contudo, é analisar a expectativa daqueles que o seguiam e ouviam suas palavras. Para tanto, consideremos o seguinte:

Jesus predisse sua morte, porém assegurou que iria ressurgir (Lc 24:6-8) O Senhor não quer que fiquemos confundidos e em todo o tempo está a nos alertar acerca do que irá acontecer a fim de que confiemos nEle para vencer. No entanto, quando os problemas nos alcançam, costumeiramente esquecemos de suas promessas e enxergamos apenas as circunstâncias. Este sentimento atingiu também aquelas mulheres que, conformadas com a sua morte resolveram cuidar de seu corpo levando especiarias e unguento para embalsamar o que lhes restara do Messias. Tal atitude nos mostra um grande amor por Jesus, mas também leva-nos a uma triste constatação: elas concluiram que tudo estava perdido e que nem mesmo Ele poderia reverter aquela situação.

Após compreenderem que Jesus havia ressuscitado as mulheres finalmente se lembraram de suas palavras e logo foram anunciar aos apóstolos que, por sua vez, não lhes deram crédito. Seus próprios discípulos, que estiveram com Ele ao longo de todo seu ministério terreno, resistiram a idéia da ressurreição e duvidaram de seu poder, atentando para as circunstâncias. O que não aconteceu de repente, pois mesmo antes da crucificação já estavam assustados. Após sua prisão eles se dispersaram (Mt 26:56b) e Pedro, que acompanhava tudo a distância, o negou três vezes ao ser confrontado (Mt 26:58-75). E agora, que todos o viram morrer, era como se todas as suas esperanças tivessem morrido naquela cruz. Estavam inclusive voltando as suas antigas atividades (Jo 21:3).
Todos sabemos que com sua morte e ressurreição Jesus restaurou a comunhão do homem com Deus. Mas de uma maneira particular Ele também chamou seus discípulos a compreenderem a verdadeira fé, “o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”(Hb 11.1) Era necessário que eles compreendessem que não importavam as circunstâncias, suas palavras não passariam. De igual modo Ele nos ensina que não devemos embalsamar nossas esperanças nos túmulos, nem voltar a nossa antiga vida. Devemos prosseguir, sabendo que tudo o que nos foi prometido certamente se cumprirá.

Muitas vezes enfrentamos situações tão terríveis que parecem não ter reversão. Temos uma fé limitada que depende de algum fator no qual possamos nos agarrar para então continuarmos acreditando. Mas quando perdemos nosso apoio, deixamos de crer. É sempre mais fácil acreditar naquilo que é palpável, que está dentro de uma lógica que podemos compreender. Mas a verdadeira fé consiste no sobrenatural. Tantas pessoas após sofrerem frustações passam a viver de lembranças, apegando-se a elas como se fossem seu último resquício de vida. Mas Deus quer nos trazer para uma nova vida, cheia do Espírito Santo, a saltar as muralhas e avistar adiante onde nos aguarda a restauração de nossos sonhos. É hora de deixarmos os túmulos, pois Ele não está mais ali. Ele já ressuscitou, como havia prometido.

Levantemo-nos para vivermos uma nova história, tenhamos ousadia para como Pedro verificar que o túmulo realmente estava vazio. Temos guardado dentro de nós verdadeiros depósitos para nossas frustações. Grandes sonhos e projetos que abandonamos por causa das dificuldades. Nos esquecemos que o Senhor nos prometeu a vitória no fim e desistimos no meio. Mas assim como a morte e o inferno não o puderam resistir, nossas frustações e temores não poderão conter a manifestação da plenitude de Cristo em nossas vidas.

Em Cristo

Junior Lima

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